Será que você também está com o hábito de andar apressado, de falar apressado, de comer apressado?
Será que você já perdeu a capacidade de sentar-se e ficar com o corpo quieto, as mãos soltas e paradas, os olhos límpidos expressando paz, o rosto descontraído?!...
Será que você tomou consciência dos seus últimos movimentos físicos? Será que, sendo fumante, toma consciência de quando vai acender um novo canudinho de veneno?
Procure sentir seu semblante. Ele está agora todo desenrugado? Tome consciência de si mesmo quando come, quando dialoga com alguém, quando anda, quando trabalha, quando repousa (ou melhor, tenta repousar).
Faça permanente a auto-observação, procurando diagnosticar se está agindo feito máquina ou como um ser livre; se está agindo mais do que o necessário; se está agindo na direção e na medida certas.
Não se descuide de perscrutar-se sempre, para saber se está sendo dominado pela tensão, e se está sendo envolvido no manto negro do bandido — o stress.
Procure ver se está tenso. Não para lastimar-se e contrair-se mais, o que seria infantil e ruim, mas para descobrir o que fazer para safar-se, isto é, descobrir a área do corpo ou de sua vida ou de sua ação onde é preciso comandar: relaxe!
Aprenda a descobrir quais os músculos seus que estão enrijecidos, contraídos, se desgastando à toa e em seu prejuízo. Assim, verá crescer sua imunidade contra o medo, a ansiedade, a angústia, o ódio e a insegurança.
Se você se torna capaz de ver que está para estourar, ou melhor ainda, verificar que está acumulando cargas emocionais explosivas, estará automaticamente se defendendo da hiperemotividade, que poder causar desastres; romper amizades; quebrar objetos por incontida fúria; lançar o carro contra outro, por estúpida exasperação; bater injustamente num filho; ou ofender a pessoa que mais ama, por causa da agressividade mal liberada...
Você verá que, aprendendo a fazer isto, dormirá melhor, maior será sua assimilação, seus piores sintomas serão minimizados.
Conhecerá então uma vida nova. É como, se, até aqui, estivesse na caminhada da vida carregando um fardo pesado, estúpido e inútil e agora o largasse onde deve ficar, isto é, na beira da estrada. Que desembaraço! Que alívio! Que beleza! Que paz você vai gozar sem esta carapaça frustradora que é a tensão!
Você está sendo convidado a ingressar no "clube dos felizes", onde se reúnem pessoas que nunca se desgastam, nunca arrastam cruzes desnecessárias, e sabem, com inteligência e oportunidade, manter um agradável e permanente estado de relax, e assim conseguem atravessar incólumes a procissão dos engatilhados e esgotados pelo stress."
Trecho do livro: Yoga para Nervosos - Professor Hermógenes
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