sexta-feira, 15 de julho de 2005

Autoconhecimento através do Yoga

A Grande ferramenta do autoconhecimento

Yoga significa unir, ungir ou caminho. Essa união é a integração do nosso eu interior (nossa personalidade) com o nosso Eu superior (nossa alma). Existem diversos tipos de yoga como: Dhyana Yoga, a prática da meditação; Bhakti Yoga, o yoga devocional com rituais, cantos devocionais, jejuns etc, visando a conexão com o divino e a purificação do espírito; Raja Yoga, são normas de conduta nos direcionando para a evolução espiritual como por ex.: Verdade, Não violência, Não Roubar, Controle dos Sentidos, Não cobiçar etc. Jnana Yoga, o yoga da sabedoria, a filosofia; Yoga Mantra a meditação no som; Yoganidra, o relaxamento, Hatha Yoga o Yoga do Sol (mente, razão) e da Lua (emoção) que é um trabalho corporal. Estes são os principais segmentos e os mais conhecidos. Todos visam o equilíbrio, o auto conhecimento, a evolução do espírito e estão, também, interligados.

Hatha Yoga e Yogaterapia – O Trabalho Corporal

O Trabalho Corporal tem como finalidade o aperfeiçoamento do corpo e da mente. A prática é feita através de posturas denominadas “asanas”. O nosso corpo físico retrata o nosso estado emocional, o padrão de pensamento que alimentamos e o momento de vida que estamos atravessando. Portanto, ele é um rico instrumento de autoconhecimento. Trabalhando o Hatha-Yoga e a Yogaterapia, conquistamos um corpo mais belo, saudável, forte e flexível, melhorando a nossa autoconfiança e desenvolvendo nossos potenciais.
O Yoga vê o homem como um todo. Nosso corpo está sempre passando por transformações fisiológicas (o envelhecimento, que eu prefiro denominar como amadurecimento, o qual pode ser alcançado com saúde e vitalidade), emocionais e mentais. À medida em que aproveitamos as experiências que a vida nos proporciona, mudamos, crescemos e evoluímos.
Tanto nas experiências boas como nas difíceis. Eu, particularmente, não acredito em experiências ruins, pois mesmo as mais difíceis nos fazem crescer, e até mesmo mudar os nossos valores, condutas, crenças etc. Tudo depende da forma pela qual você as entende, as absorve e as aproveita. Todos esses registros estão no corpo físico. Quando estamos preocupados, as rugas se formam em nossa testa, o olhar fica introspectivo, a postura fica curvada (porque estamos introspectivos ou cansados do peso das preocupações). Quando estamos alegres, a postura fica naturalmente ereta, os olhos têm mais vida e brilho, estamos mais dispostos e otimistas. Portanto, trabalhar o nosso corpo físico é trabalhar a nossa história pessoal. Trabalhar posturas corporais, fortalece o nosso corpo e o nosso caráter. Exalta as nossas virtudes e dons.
Por exemplo, “asanas” de força aumentam a nossa fé e persistência; de flexibilidade, trabalhamos a doação, a compaixão, abrir-se para a vida; torções, a leveza, a criatividade, abrir-se para novas experiências; equilíbrio, a concentração, a tolerância, a paz etc. À medida em que praticamos, nos conhecemos. Encontramos prazer em algumas posturas porque são fáceis para nós, porque temos essas virtudes bem definidas em nosso caráter e, desta forma, nós as estamos fortalecendo. Por outro lado, devemos perceber quais “asanas” são ainda desafios e devem ser trabalhados, porém, com tranqüilidade. A boa e construtiva conquista vem com o tempo e com o amadurecimento. O sucesso vem para aqueles que praticam. O corpo físico deve ser trabalhado com consciência, com amor, com respeito e humildade.
Outro aspecto importante que percebemos nas posturas com permanência é a dor (já que a permanência nos possibilita perceber quais grupos musculares estamos trabalhando). O que é dor? A dor significa constatar os nossos limites. O mesmo comportamento que temos na prática do Hatha Yoga, temos na vida!
“Doeu, eu não gosto”, “Doeu, eu desisto”... Às vezes, esta dor são os músculos falando com você: “Veja com estou duro” ,“Trabalhe-me!”. Outras vezes é uma emoção que se desbloqueia em determinado “asana”, como se ele falasse: “Eu não confio”, “Tenho medo”, “Estou insegura(o)”. Quando isso acontece, estamos diante de um momento precioso. Um momento em que você pode evoluir e livrar-se destas sensações através de uma respiração profunda, mandando mensagens de confiança, calma e relaxamento para a região dolorida. O yogue vê na dor um desafio, não um sofrimento.
Na prática do hathayoga, você conquista um corpo simétrico, desenvolvendo músculos onde realmente devem ser desenvolvidos e na proporção adequada. Posturas foram desenvolvidas para trabalhar todos os orgãos internos, músculos e tendões, fortalecendo os ossos . É uma prática revigorante, que elimina o cansaço e a apatia, além de trabalhar os sete pontos principais de energia que nós, do Yoga, chamamos “ Chackras”.
Quando o corpo, por qualquer razão, está muito tenso, contraído ou esgotado, o fluxo de energia fica comprometido, causando o desequilíbrio deste “chackras”, o que nos deixa “desenergizados”.
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A finalidade de toda linha do yoga, independentemente da aparente complexidade dos diversos sistemas filosóficos, é a libertação da escravidão da existência fenomênica, ou mundo das formas.
Etimologicamente, a palavra YOGA vem do sânscrito, sua raiz é a palavra YUJ que significa REUNIR, JUNTAR e implica na REUNIÃO da natureza humana, fenomênica, com sua ESSÊNCIA DIVINA, ou imagem e semelhança de Deus, culminando com a total absorção (re-solução) daquela nesta.
Através do yoga, dar-se-ia a reintegração do yogue à condição primordial da humanidade (livre e feliz). Portanto, a prática do yoga visa acelerar o processo da desintegração de "maya" (ilusão) para obter-se a liberdade espiritual.
O yoga, mais do que falar, é uma ciência do agir no corpo, na mente, no coração e no espírito. Esta ciência propõe que se comece CONHECENDO E CONTROLANDO o corpo material, grosseiro, através de técnicas yogues específicas.
Após um controle mínimo desejável do físico, para estabilizá-lo num básico de saúde, este alicerce material será utilizado para a etapa seguinte mais importante e imprescindível: O CONTROLE E O DOMÍNIO DO PROCESSO MENTAL, sem o que não se pode alcançar níveis espirituais mais elevados. Assim, o autoconhecimento e o controle no yogue processa-se a partir do físico, vai para o psicossomático, para o nível neurológico, mental, psicológico (no sentido de conhecimento da própria psique e da purificação da mesma, de toda essa sujeira e desequilíbrios que temos acumulado ao longo de muitas vindas a este mundo físico), até chegar à plenitude do espírito, à própria essência da liberdade.
As transformações sucessivas que se dão a cada nível do yoga permitem ao yogue transformar seus elementos subjetivos, aproximando-o cada vez mais de uma Razão Objetiva e Clara de nosso Ser.
Em resumo, podemos afirmar que o trabalho iogue exige a observância de quatro procedimentos básicos: (1) o domínio do corpo, (2) dos sentidos, (3) da mente e (4) uma vigilância incessante sobre as próprias ações. Havendo negligência nesses procedimentos, todos os esforços espirituais permanecerão sem frutos.
O yoga ocupa-se do homem tal como ele se apresenta em seu modo de ser habitual: mutável, diverso, contraditório, incoerente, disperso, cego, e lhe propõe um ajustamento progressivo, visando culminar num perfeito domínio de seu veículo psicofísico. Tal ajustamento, ou integração, coloca-o na posse de si mesmo e lhe permite, segundo esta filosofia, conquistar um estado incomparavelmente superior à sua condição atual, com a qual não ousa sequer sonhar: o estado absolutamente incondicionado, livre de todas as limitações, que a tradição indiana denomina "liberação".

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