"O Medo de Amar é o Medo de ser Livre"
O título não é original. É uma linda música de Beto Guedes e Fernando Brant. Mas quanta verdade em tão poucas palavras!!!Outra música, imortalizada por Amelinha, fala que “foi Deus que fez a gente somente para amar”. Creio nisso!! Creio no amor!! Mas não é fácil...Não falo só de amor entre homem e mulher, mas amor por amor... amor que faz a gente ser feliz. Amor que nos faz deitar e ter um sono leve... tranqüilo... é desse amor que falo!!!Ainda que eu falasse a língua dos homens e dos anjos, se não tivesse amor... Ainda que profetizasse, e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência, se não tivesse amor... Ainda que tivesse toda a fé e ainda que distribuísse todos os meus bens para sustento dos pobres, se não tivesse amor... e mais, ainda que morresse pelo outro, se isso não fosse motivado pelo verdadeiro amor... de nada valeria, de nada mesmo!!!Mas como amar de verdade, se carregamos em nós históricos que nos afastam do amor ? Como vivermos esse amor de verdade quando há tanto desamor ? E o que é mais sério, como amar de verdade, se o amor nos leva à liberdade e às vezes queremos permanecer presos ?Sim!! Isso mesmo!! Ser livre exige responsabilidade, exige pensar por si mesmo, exige libertar-se de toda história de vida que nos é, ao mesmo tempo, inerente e tão aterradora, nos é imposta e ao mesmo tempo nos protege numa falsa impressão de segurança, pois ali ninguém nos fere, até porque é impossível ferir alguém fechado em uma redoma.Creio firmemente que o maior problema para que amemos de verdade está no fato de que amar traz em seu “pacote” o dar-se...e dar-se pode nos causar dores que nos parecem irreparáveis... dar-se pode fazer com que o objeto do amor simplesmente passe por cima de nossos sentimentos sem sermos reconhecidos por tal amor. Mas o amor verdadeiro não busca reconhecimento, daí entrarmos em outro ponto: não sabemos amar!!!Não é à toa que uma das mais belas poesias sobre o amor que se foi escrita (I Coríntios 13) diz que o amor é sofredor... é bom... não é invejoso... não se “acha”... não busca seus próprios interesses (tão diferente dos conselhos Lairribeirianos e Paulocoelhianos)... não se irrita.... não suspeita mal... ESSE AMOR JAMAIS ACABA !!!!Outro maravilhoso texto... de Camões, diz que “amor é fogo que arde sem se ver... e ferida que dói e não se sente... é um contentamento descontente... e dor que desatina sem doer...” Sei que vocês devem estar lembrando da música do Legião Urbana, que une essas duas poesias em uma linda melodia... pois eu também estou lembrando dela agora...O medo de amar é o medo de ser livre!!! É o medo de ter que se ver a realidade de um sentimento brotando e não ter como detê-lo... é o medo de ter que se dar sem esperar algo em troca, numa sociedade cada vez mais “escambolizada” (perdoem-me o neologismo)... é o medo de que a liberdade nos faça realmente pessoas boas, que não queremos ser!!Amemos!! Amemos sem medo... amemos os amigos... amemos os inimigos... amemos-nos homens e mulheres, como homens e mulheres... amemos sem medo de machucar-nos, pois isso é algo que pode acontecer... ou não!!!Percamos o medo de amar... percamos o medo de sermos livres... vivamos para a liberdade... vivamos para o amor... amemos não só de palavras, mas de gestos. Amor que não se traduz em gestos não é amor!! Um belo e antigo poema diz que: “O sino não é sino enquanto não soar... a música não é música enquanto não for tocada... o amor não é amor enquanto não for dedicado a alguém!!”Amemos, não só de palavras... olhemos nos olhos um dos outros... os olhos...ah! os olhos... janelas da alma... quando amamos queremos olhar nos olhos... e deixar que eles falem... que eles digam o que as palavras calam quando o amor nos invade e verdadeiramente somos livres!!!
Com amor,José Barbosa Junior
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